O "Eu te amo" - Capítulo 1

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Capítulo 3




Depois de uma noite rolando pela cama com os pensamentos a mil por hora, tentando dormir mesmo estando extremamente cansado e dolorido por ter passado horas embaixo de uma cama espremido afim de não verem-me, para meu desanimo, o dia finalmente amanhecera.
Era meu terceiro dia no apartamento após ter sido excomungado da casa de uma amante, a tempos não tinha uma noite tão mal dormida. Eram seis horas da manhã e já podia ouvir barulho vindo da cozinha. Quem, em sã consciência, acordaria tão cedo?
Podia sentir os fechos de luz que passavam pelas fendas da janela tocarem minha pele, poderia ser algo agradável, se eu não estivesse de mal humor ou fizesse com que eu adormecesse e esquecesse que devia explicações a Liliam por tê-la deixado plantada em casa a minha espera enquanto esfregava-me excitadamente em alguém, que se ela soubesse, ficaria surpresa tanto quanto eu.
Minha vontade de sair da cama era equivalente a zero, mas como sabia que seria Liliam quem estaria na cozinha, criei vergonha na cara e levantei-me. Um milagre por assim dizer. Fui até ao guarda roupa e peguei peças aleatoriamente, afinal de contas, qualquer coisa ficaria bem em mim. Vesti-me e caminhei cuidadosamente até a cozinha enquanto rezava para que Lili não fosse o tipo de pessoa que não perdoasse um atraso ou compromisso desmarcado sem aviso prévio, assim como a Sra. Victória, desafortunadamente, minha mãe.
Como no dia anterior as coisas não haviam ocorrido como previsto, desejava que neste tudo fluísse sem barreiras ou impedimentos. Já que ontem havia tudo dado errado desde o principio. Dion revoltou-se contra eu novamente depois de alguns meses sem atritos entre nós, justamente quando não devia, na frente de Liliam. E para “melhorar” ainda mais o meu dia, acabei por fazer coisas com Derek as quais jamais imaginei que faria. E inda assim, apesar de saber que tipos de perigos esperam-me admitirei, eu certamente estou esperando por mais, mais daquele Derek o qual desconhecia. Um Derek inocente, mas atrativo, um Derek excitante, mas ao mesmo tempo delicado; um ser diferente do habitual.
O importante agora, era que sem sombra de duvidas, Liliam pediria explicações. E sendo como sou, tendo a fama que tenho; não á diria que estava com um homem, homem este que a pouco, não fazia-se tão presente em minha mente.
Sem chamar muita atenção coloquei-me ao lado de Lili que cortava alface na pia, a mesma apenas olhou para mim para ver quem era e voltou a concentrar-se no que fazia, sem dizer sequer uma palavra, apenas o barulho da faca cortando as verduras. Não sabia dizer se estava brava ou não, a conhecia a míseros três dias. O que poderia dizer sobre ela além de seu nome, idade e telefone? Exatamente nada, o que era frustrante para eu de certa forma. Agoniado com o “vazio” entre nós, quebrei o silencio:
-Bom dia.- Eram palavras simples, mas Liliam percebia através delas o quão desamparado estava por não saber como desculpar-me. Olhou para mim, e suspirou como se dissesse “Você não tem jeito”, parecia até que conhecia-me.
-Não sei porque, mas por que tenho a impressão de que você é o tipo de pessoa orgulhosa que não se desculpa, e quando quer desculpar-se vem com o rabo entre as pernas choramingando pedindo perdão?- Quanto mais olhava para ele mais pena sentia diante daqueles olhos apaixonantes. No pouco tempo que o conhecia, já tinha certeza de uma coisa; ele era uma cafajeste que fazia milhares de mulheres jogarem-se aos seus pés almejando uma noite de prazer, o que para ele não era nenhum esforço. Um homem de experiência diria, diferente de mim, que sequer sites pornôs tinha coragem de acessar. Ao meu ver neste exato momento, ele parecia um cãozinho com as orelhas abaixadas aclamando por carrinho de seu dono como quem acabara de receber uma bronca. Se eu tivesse um ossinho, quem sabe não fizesse carrinho na sua barriga e jogasse o pauzinho para ele buscar.
Assustei-me com a forma direta que ela dissera, não esperava que ela fosse tão objetiva. Não coincidia com a imagem de mocinha do campo que eu tinha dela, com um sorriso de garoto malandro respondi.- Não é impressão, eu sou assim mesmo.- Levando em consideração que até então estávamos nos entendendo bem, acreditava que não demoraria para que ela desculpasse-me.- Sobre ontem…
-Fique tranquilo- Interrompeu-me antes mesmo que pudesse pensar no que diria.- Esse tipo de coisa acontece, deve ter acontecido algum imprevisto e você acabou por esquecer de me avisar que não viria.- Sorri ao ouvi-la mencionar sobre algum imprevisto, acabei por relembrar do belo imprevisto que ocorrera. Esse tipo de coisa deveria acontecer mais vezes. Entrei no embalo da conversa e apenas concordei ironicamente tentando me livrar de explicações.
– Pois é, que complicações hein. Hoje em dia você não sabe mais o que fazer ou o que vai acontecer, não sabe se vai ter que entrar pela porta da frente ou pela de trás por exemplo-Ontem poderia ter sido pela de trás se é que me entende- Complicado essas coisas viu. O homem hoje em dia fica desemparado em algumas ocasiões.
– Sei como é.
– Sabe?- Arquei minha sobrancelha. Seria hilária no mínimo para não dizer surpreendente se ela realmente soubesse a que estava referindo-me.
– Sei porque?- Ela nem imaginava com o que acabará de concordar, sua inocência era um dos seus pontos fortes, ficava uma gracinha quando avermelhava-se.
– Nada não, mas o Derek ficara feliz por saber que não será o único a sofrer por isso.
-Hã? Do que você esta falando? Não venha com papos estranhos para cima de mim- Eu gostava de conversar com Lili, era simpática, parecia uma criança que precisa de alguém para cuidar dela.
– Você é tão inofensiva que nem tem ciência disso- O cheiro de sua comida era bom, não era enjoativo nem parecia estar sem tempero, na medida certa diria. Era nostálgico vê-la cozinhando, cozinhar era uma de minhas grandes paixão e raramente o fazia. Meus olhos chegavam a brilhar maravilhado com isso, trazia-me boa lembranças cozinhar, sentia-me bem quando antigamente perdia horas só ao pensar no que faria, para ver a reação das pessoas ao comerem. Não perderia essa oportunidade de rever esses sentimentos.- Você quer ajuda?- Lili olhou-me e sorrio.
– Na verdade, eu vou precisar que você termine de preparar o almoço para mim. Eu vou sair para entregar alguns currículos daqui a pouco. Eu levantei cedo para preparar mas mesmo assim não vai dar tempo.- Antes que eu percebesse ela já estava virada para mim com as palmas das mãos juntas olhando-me apenas com um de sua olhos.- Por favor.- Suspirei fundo e respondi:
-Pedindo desse jeito fica difícil não aceitar.- O suspiro fora algo desnecessário, terminaria de preparar a comida mesmo que não pedisse-me, nem sempre tinha uma oportunidade como esta.
-Vou ir tomar banho então, enquanto você termina as cosias aqui- Miyahara era um bom homem apesar da sua fama nada agradável e pelo fato de representar um perigo para a minha virgindade se levarmos em consideração quantas mulheres já havia levado para a cama, mas erroneamente de alguma forma, sentia que podia confiar nele. Deixei-o com seu lindo sorriso na cozinha enquanto divertia-se ali e fui para o banheiro. Onde rapidamente joguei-me debaixo do chuveiro tentando fugir do frio, o dia estava ensolarado, mas ventava muito, o que fazia com que apenas o Sol não fosse o suficiente para nos manter aquecidos. Sobre Miya, a química ente nós era boa, gostava da sensação de aconchego que sentia quando conversávamos, fisicamente éramos compatíveis, percebíamos isso, mas não iludir-me-ia, não seria levada pelo seu charme, seu belo corpo ou cheiro gostoso. Nossa relação, se é que um dia teríamos alguma, não passaria de algo meramente físico. Concordávamos em muitas coisas até então, a conversa entre nós fluía naturalmente, mas o essencial, ele não tinha.
Seus princípios, valores e tudo mais que estivesse relacionado a forma como levava sua vida eram contrários aos meus. Enquanto eu pensava na Barbie, ele pensava em qual era o tamanho do seu pênis, éramos muito incompatíveis quando tratava-se de nossas atitudes.
Pouco depois que Liliam saíra do banheiro e fora para seu quarto arrumar-se, alguém batia na porta. Fui com um sorriso abri-la, que logo desvaiu-se ao ver quem era.
-Bom dia, Miya- Era Clare, surpreendi-me ao vê-la, esperava que demorasse mais até que voltasse a incomodar-me.
-O que você quer?- Toda minha alegria perdeu-se ao vê-la e meu mal humor voltara, sentia-me cansado só de vê-la- Não tenho biscoitos para te dar, bateu na porta errada. Vai ali vê se meu vizinho tem, quem sabe você até troca de dono.
-Engraçadinho, não estou aqui porque quero biscoitos, muito menos os seus.
-Tem certeza? Se não me engano foi você quem se masturbou na minha frente querendo dar para mim.
-Eu era idiota nessa época, não via o otário que você é, era cega pela sua beleza. Agora não, agora sou diferente. Não ligo mais para coisas como essa, apenas carnais.- Apenas carnais? Se lembro-me bem, era exatamente esse tipo de coisa que ela adorava.
-Tem certeza?- O que ela dizia sem sombra de duvidas era estranho, normalmente já estaria tirando a roupa na minha frente ou perguntando qual tipo de vibrador ela deveria experimentar primeiro. Era impossível que a minha chantagem tivesse dado tão certo ao ponto de faze-la parecer uma crente falando. Se estava dizendo a verdade ou não, eu não sabia. Só sabia que ser rejeitado por alguém tão baixa como ela era no mínimo inaceitável. A faria voltar ao normal. Apoiei-me na porta com o cotovelo e aproximei minha boca a sua orelha passando a falar maliciosamente.- Poderia te beijar, sei que ficaria muito contente.- Ia até sua boca lentamente, deixando-a sentir o sutil cheiro de minha pele, a enlouqueceria. Finalmente a beijaria, mas Clare afastou-se entrando no apartamento.
-Onde esta a Liliam?
-Liliam?-Franzi minhas sobrancelhas estranhando por quem perguntara, nem conheciam-se- O que você quer com ela?- Sentia cheiro de encrenca vindo dela.
-O que quero não é problema seu- A olhava com ódio, algo dizia-me que disso não sairia nada de bom. Pessoas sairiam machucadas.
Enchi o peito com todo o rancor que tinha por ela e passei a falar.- Fique longe dela, se não as coisas vão ficar feias pro seu lado.- A cada passo que dava em sua direção mais a prensava contra a parede, mas Clare não intimidou-se, pelo contrario, parecia nem ligar.
– Não há necessidade para tanto escândalo.- Estava calma, mas ainda assim não consegui tirar da cabeça que havia algo errado.
– O que quer para deixar ela fora disso? Posso transar com você se quiser.- De fato não o faria, queria provoca-la, faze-la tirar sua mascara.
– Deixar ela fora do que? Não há nada acontecendo aqui. Muito menos entre eu e você. Você não me interessa mais, já disse. Você não passa de uma ilusão, demonstra ser amável, diz palavras doces, mas no fim, não passa disso. Só uma ilusão. Nunca saberá o que é amor.- Calei-me ao ouvir o que dissera. Não podia negar, ela tinha razão no que dizia, era isso que eu era, nada mais nada menos; do que uma ilusão. Não eram o homem perfeito que muitas imaginavam ser. – E para sua informação, estou namorando.
A conversa estava irritando-me, suas palavras eram um monte de “blábláblá” soando em meus ouvidos, não aceitava ouvir justo dela, a verdade a qual já tinha conhecimento.
-Ora ora, o que é isso? Virou santa? Poupe-me Clare, mas não acredito nessa sua ladainha toda.- Ela não devia ter dito aquilo, não sabia nada sobre minha vida amorosa.- Preste muita atenção. Você era uma puta ontem, é hoje e vai continuar sendo amanhã. Essa é a verdade Clare. E esse seu namoradinho de merda, deve ser algum viado que você pagou para fingir ser seu namorado. Porque para te aturar, só um trouxa mesmo.- Seus olhos estavam lacrimejando, não podia acreditar no que estava vendo. O quão sínica podia ser?
-Sei que já te causei muitos problemas, que já te perturbei demais, mas não precisa ser tão grosso.- Estranhei vê-la naquele estado por palavras as quais já estava acostumada a ouvir. Eu podia ser cabeça dura e egoísta, mas até eu sabia quando era hora de parar.
-Não irei pedir desculpas por nada que eu tenha dito. Então contente-se com essa curta trégua. Não quero que Liliam te veja assim e me culpe por isso. Então senta ai e fica quietinha esperando ela. Não deve demorar.- Clare enxugou suas poucas lágrimas que saíram e sentou-se calada. Comportada demais para acreditar-se, o que não era do seu feitio quando eu estivesse por perto. Não demorou e Liliam vinha pelo corredor, estava muito cheirosa. Ela e Clare conversaram um pouco e logo caminhavam para a porta. Antes que Clare saísse, apontei para meus olhos e em seguida para ela. Eu queria deixar claro; eu estava de olho.

***
Eu havia passado toda a tarde emburrado e bravo com meu pai por ter transferido-me da faculdade de arte mais renomada para uma ralé, que ainda por cima, ficava a quilômetros de distância de Paris onde eu residia em minha “humilde casa”, com o amor de minha vida, meu Porsche Carrera GT, o qual fora tomado de mim por meu pai como parte do seu plano de reeducação, ele estava com a ideia bizarra de que havia mimado-me demais, e que estava na hora de corrigir a má educação que dera-me Em que diabos na verdade ele estava pensando? O que poderia ele mudar em mim depois de dezoito anos recebendo a sua “má educação”? Exatamente nada!
De qualquer forma, querendo ou não, de acordo com seus planos eu ficaria na Inglaterra até que eu aprendesse a dar real valor as coisas e percebesse que dinheiro não é algo para ser gasto atoa, sim com coisas necessárias. Conclusão, tudo que precisava fazer era coçar o saco por um mês e dizer-lhe que esta mudança de ambiente revolucionara minha vida, simples assim.
Por volta das três horas da tarde o tempo havia fechado e uma chuva forte caia, eu estava no trem, perdido em meio a meus pensamentos enquanto observava a água que escorria pelo vidro, uma paisagem inspiradora para um artista como eu. Era em momentos como estes que pegava-me pensando em coisas como o amor. Eu podia ser um homem encantador na maior parte do tempo, gostava de ser mimado, de dar carinho e receber, era sorridente, alegre, mas como uma moeda tem dois lados, podia também ser desagradável quando não estivesse de acordo com algo. Eu era ciumento, perdia o controle facilmente quando as coisas entre eu e meus parceiros não iam como planejado (Isso mesmo, parceiros, eu era gay), fazia bico quando não davam-me o que queria, eu era o tipo de pessoa que quando amava, amava de todo o coração e dava tudo de mim por essa pessoa, o tipo de humano que gostava de apreciar os momentos felizes e ajudar os amigos. Eu seria o que as pessoas chamam de romântico.
Eu havia chegado em Londres seis horas da tarde, o sol já tinha se posto, os becos estreitos da cidade eram preenchidos pela escuridão. Um cenário desanimador para alguém que aprecia a espontaneidade. Suspirei fundo, e continuei a caminhar pelas calçadas desta excêntrica capital, faltava pouco para que chegasse em minha nova casa, onde deixaria minhas malas e logo sairia rumo a faculdade, a qual ao meu ver mancharia meu currículo. Não espera ver nada demais nela, tudo de extraordinário que poderia existir na arte eu já tinha visto em Paris, esse um mês que passaria aqui seria pacato, não tinha duvidas quanto a isso.

***
Faziam apenas ———- dias que havia discutido com Dion e minha preocupação com ele já era imensa. Eu achava incrível como havia tantas pessoas no mundo prontas para te ferrarem. Esse pequeno intervalo de tempo em que estivemos separados pelo jeito fora o suficiente para seus admiradores a espreita saíssem de suas tocas, estava chovendo pessoas com más intenções em cima de dele. E por mais que visse e estivesse ciente disso, não tinha o direito de interferir; afinal de contas, talvez eu mesmo tenha sido uma dessas más companhias. Se existia algo que eu tivesse aprendido ao longo dos anos, é que quando começamos algo de forma errada, muito provavelmente isto terminara de forma errada. Então quando for fazer alguma coisa, faça direito. O que não foi o caso.
Vi Dion pela primeira vez quando ainda era criança, e antes mesmo disso já era um grande amigo de ————–, pai de Miya. Para deixar claro, quando refiro-me a mim como seu grande amigo, não digo que éramos inseparáveis como Dion e Miya eram, mas sim que de sua confiança. As coisas sempre foram tranquilas entre nós apesar de sua personalidade forte e ditadora. Mas esses dias tranquilos não durariam muito.
Nos seus quinze anos, Miyahara passou a rebelar-se contra seus pais, de inicio viram isso como coisa da puberdade, mas dois anos depois já não parecia mais ser este o motivo. Para seus pais a situação estava saindo do controle, seu comportamento não era mais tolerável.
Eu e Miya sempre fomos próximos um ao outro, conversávamos muito, frequentemente pedia-me conselhos sobre garotas, coisas que aconteciam durante o dia e até mesmo sobre seu pai. Se não fosse por não nos parecermos fisicamente, desconhecidos poderiam facilmente interpretar que éramos pai e filho. Nosso bom relacionamento era visível a qualquer um, e justamente por isso; tornei-me o culpado por sua rebeldia. Como se já não bastasse isso, Dion assumiu ser homossexual declarando-se logo em seguida para Miyahara, que como ele, também espelhava-se bastante em mim. Sendo assim, novamente a culpa recaiu sobre mim.
Pouco depois de ser rejeitado por Miya, deserdado por seus pais, Dion buscou consolo em mim, foi ai que passamos a ser mais do que apenas amigos. No começo deitava-me com ele por sentir-me culpado, por compreender pelo que estava passando, por também conhecer como era ser rejeitado. Dion não falava mais com seus pais, amigos ou Miya, principalmente depois da morte daquela pessoa.
Acabei por tornar-me seu cumplice, o único ser com o qual abria-se, que entendia-o, mas como as coisas mudam, conforme mais aprendia sobre aquela criatura e íntimos ficávamos, mais intrigante achava-o. Estava vendo um lado dele cujo qual nem o próprio conhecia, e divertia-me com cada reação nova que via. Eu desejava mais e mais abraça-lo, enrola-lo no cobertor comigo e impedi-lo de ir para escola para que ficasse comigo, ele era belo, carinhoso e meigo comigo, tudo o que nunca havia encontrado em outros homens antes. Antes que percebesse, o sentimento já não era mais de consolo. Queria-o de corpo e alma, único e exclusivamente para mim, só ele conseguia fazer-me ser egoísta, fazer bico por ficar minutos sem tê-lo ou ficar inquieto por demorar um pouco que seja a mais para chegar em casa. Tudo isso; era só para ele.
Não demorou para que essa paixão florescesse como amor. Cada parte de mim pedia mais dele, e eu não repreendia-me, queria preenche-lo com meu amor, faze-lo pensar apenas em mim, mas algo impedia-me de conseguir. No coração de Dion; não havia só eu.
Essa foi a verdade; que destruiu-me por dentro.

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